Se você não vive em uma caverna e está minimamente inteirado sobre o mundo da tecnologia, muito provavelmente já ouviu falar em NFT. Esse termo ganhou relevância no mercado digital e estampou diversas discussões na internet, não apenas em redes sociais como em veículos de comunicação. Mas você sabe o que realmente significa?
Apontada como uma nova alternativa para a venda de arte na internet, o NFT vem sendo visto por muitos como o futuro. Ela utiliza de conceitos de criptografia para a venda de imagens, as quais podem ser visualmente semelhantes a qualquer cópia, mas que, em sua essência, são de fato únicas.
Desde que a tecnologia começou a se popularizar na internet, diversas grandes empresas começaram a fazer NFT’s de seus produtos. Até mesmo alguns memes conhecidos na web entraram no jogo, custando uma grana altíssima que fez de muitos produtores milionários em pouquíssimo tempo.
Neste artigo, você irá entender de uma vez por todas o que é o NFT, para não ficar por fora sobre um dos principais debates do ano. Além disso, falaremos também sobre como funciona essa tecnologia e como ela vem sendo utilizada nos dias de hoje, assim como alguns dos maiores cases de “sucesso” vistos até então.
Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.
Entender o que é um NFT é algo um tanto quanto complicado para muitas pessoas, visto que toda a sua explicação se dá no ambiente virtual e digital. A tecnologia é uma sigla para “Non-Fungible Token”, o que seria, em tradução livre para o português do Brasil, algo como Token Não Fungível''.
Trata-se de algo semelhante a um certificado digital, o qual é aplicado sobre determinadas obras visuais e até mesmo audiovisuais. O NFT parte do princípio de ser um bem não fungível, ou seja, que não são únicos e, portanto, podem ser intercambiáveis, trocadas por peças de valor diferente.
Na prática, o NFT é como se fosse uma assinatura digital que faz com que um produto de mídia digital possa ser, de fato, único. Ele pode ser aplicado a diferentes tipos de mídias, como as mais comuns utilizadas por nós no dia-a-dia, como JPEG, GIF, mensagens, vídeos e até mesmo arquivos de áudio.
No entanto, o ponto central dessa tecnologia é justamente como ela funciona teoricamente para fazer com que uma mídia se torne um produto único. Afinal de contas, como eu faço para transformar um meme, que é copiado e compartilhado inúmeras vezes na internet, em uma obra bilionária?
Confira algumas informações que vão lhe ajudar a entender melhor o mundo do NFT:
Quando falamos de NFT’s, como já citado anteriormente, estamos nos referindo aos chamados bens não fungíveis. Isso significa que eles podem ser trocados e intercambiados por peças diferentes que possuem um valor diferente, não sendo necessariamente equivalente a outro item igual ou semelhante.
Achou confuso? Então vamos trazer um pouco mais para a nossa realidade. Entenda, primeiramente, que existem bens que são fungíveis como, por exemplo, as notas e moedas do Brasil. Isso porque uma nota de R$ 5, por exemplo, pode ser trocada por outra igual e continua tendo o mesmo valor: R$ 5.
No entanto, os bens não fungíveis não funcionam nesse esquema de troca igualitária, em que o valor acaba sendo equivalente. Os NFT’s são como obras de artes digitais, de certa forma, as quais podem ser trocadas, mas que, quando acontece essa troca, não há uma relação de equivalência como vimos anteriormente.
Imagine, por exemplo, que você tem uma escultura magnífica de um artista renomado do leste europeu. No entanto, você, enquanto colecionador, decide trocar essa peça por outra também muito renomada, mas de um artista do leste asiático. Quando ocorre essa troca, não há uma questão de equivalência em termos de valor e, por isso, trata-se de um bem não fungível.
O NFT começou a se popularizar na internet principalmente pela ideia de que uma simples imagem digital poderia ser comprada por milhões de dólares e reais. Em termos práticos, é exatamente isso o que acabamos de falar: a possibilidade de você comprar uma imagem que, de maneira digital, será única, um bem não fungível.
Vamos imaginar, por exemplo, que duas pessoas possuem a mesma cópia de uma determinada screenshot de um jogo. Acontece que você é o criador desse game e decidiu atrelar aquela imagem, em JPEG, da screenshot, a uma NFT. Sendo assim, o seu arquivo é, digitalmente, o que pode ser considerado original.
Sendo assim, visto que somente a sua screenshot pode ser considerada como original, alguns colecionadores podem se interessar por ela. Seria como se o famoso quadro de um artista tivesse sido reproduzido diversas vezes de forma fiel, simplesmente idêntica, mas que somente uma das obras de fato fosse a original.
A dúvida de muitas pessoas é como funciona essa certificação digital que vai garantir que a minha cópia seja, de fato, a original. Afinal de contas, visualmente tanto a sua screenshot quanto a de uma pessoa que a baixou no Twitter são as mesmas. Mas, em termos de arquivo e base, existem diferenças que comprovam a originalidade. Para isso, você precisa saber o que é o blockchain.
Lembra que falamos que NFT’s são uma espécie de atestado digital? Pois é, essa certificação de que se trata de um produto único se dá justamente por meio do blockchain, uma tecnologia capaz de transformar mídias totalmente digitais em originais quando comparadas às cópias comuns.
O blockchain é nada mais nada menos do que um sistema que permite o rastreio de envio e recebimento de diferentes tipos de informações através da internet. Em suma, são frações de códigos que são gerados de forma online e que carregam informações que, quando conectadas, formam uma autenticação única.
Essa tecnologia é muito atribuída nos dias de hoje justamente para o uso de criptomoedas, que são moedas completamente digitais e descentralizadas. Ele é utilizado para garantir segurança e validade para cada uma dessas criptomoedas, no sentido de reforçar que são únicas - por serem comercializadas no ambiente virtual.
Sendo assim, uma NFT está relacionada ao Blockchain no sentido de usar o sistema para garantir que a imagem, vídeo, GIF ou arquivo de áudio seja de fato original, única. Isso por conta da segurança proporcionada pela tecnologia, considerada, de certa forma, inviolável e totalmente descentralizada.
Outra questão que algumas pessoas têm em relação à NFT é: se a tecnologia utiliza o sistema de Blockchain, o que a torna diferente dos Bitcoins? É aí que nós entramos novamente no conceito de bens fungíveis e não fungíveis, já que é, em termos práticos, o que costuma diferenciar essas duas categorias.
O fato é que para conseguir ter bitcoins, uma pessoa pode, por exemplo, minerar a criptomoeda em uma máquina com placa de vídeo. Sendo assim, quando se consegue a moeda, é possível trocá-la por uma que foi minerada no outro lado do mundo e que, não apenas é indistinguível como também tem um mesmo valor.
Já o NFT também pode ser gerado por qualquer pessoa, tanto aqui quanto no outro lado do mundo. No entanto, isso não significa que um NFT gerado no Brasil terá o mesmo valor de um feito na China, por exemplo, visto que estamos falando de um bem não fungível - como explicado anteriormente.
Além disso, nada garante que um NFT feito por você virá ter valor de mercado o suficiente para ser trocado por outro ou, até mesmo, vendido em dinheiro. Tudo irá depender, de certa forma, do status do produto, da qualidade da arte ou do artista ou da notoriedade dela para o mundo digital de uma certa forma - e é por isso que memes entram nessa jogada.
Os NFT’s vem sendo mais utilizados justamente no mercado de obras digitais, no sentido de garantir a originalidade de uma peça digital para comercialização. Isso porque é muito fácil você bater um print de uma pintura digital e passar a vendê-la em um site ou algo do tipo. Através dessa tecnologia, no entanto, você consegue verificar qual é a original.
Sendo assim, muitos artistas estão aplicando NFT’s em cima de suas próprias obras digitais no sentido de torná-las peças únicas para serem comercializadas no âmbito virtual. Mas, no entanto, isso não significa que ela terá demanda o suficiente para poder ser trocada por outra NFT ou até mesmo vendida por um determinado valor.
Atualmente, as NFT’s estão muito atribuídas para obras de artistas digitais muito consagrados ou de figuras que, de certa forma, marcaram a internet. É por isso que alguns memes clássicos, como o próprio Nyan Cat, o gato que dispara arco-íris, acabou sendo imortalizado como uma obra nessa tecnologia.
Algumas grandes empresas também estão utilizando desse novo mercado para eternizar momentos, como de filmes e esportes. Sendo assim, você pode comprar um vídeo do gol de um determinado jogador de futebol que fez história e, por ser uma NFT, somente você terá a obra original digital de fato.
Desde que a NFT começou a se popularizar na internet, surgiram diversos cases bastante interessantes que contribuíram para que o termo entrasse em rodas de discussão. Um deles é da obra Human One, que mistura arte física com digital e que acabou sendo vendida em um leilão de arte pelo valor de 28,9 bilhões de dólares.
A obra é do artista Michael Winkelmann, mais conhecido pelo apelido Beeple, é uma escultura digital de uma astronauta caminhando. Michael também é responsável pela NFT mais cara de todos os tempos, a “Everydays: the first 500 days”, que faz um compilado de suas obras em uma única peça.
A NBA também entrou na jogada das NFT’s com uma plataforma em que vídeos e jogadas de partidas reais da liga de basquete são vendidas. Os lances foram imortalizados em peças digitais únicas que também contam com informações sobre o jogo, além de outras estatísticas referentes a partida.
Mas se tem algo que mexeu com o mercado de NFT’s sem sombra de dúvidas foram os memes. Além do Nyan Cat, muitos outros acabaram se tornando obras digitais milionárias como, por exemplo, o da menina Chloe, que foi vendido por quase R$ 400 mil. Ao que tudo indica, isso é só o começo.
Depois de ler este artigo, você pode dizer aos seus colegas que entende tudo de NFT, um tema que ainda causa muitas dúvidas nas pessoas. Esse é certamente um dos tópicos de arte e entretenimento mais importantes de 2021, e promete, de certa forma, revolucionar a venda de obras digitais.
A tendência é que o mercado de NFT’s passe a ser muito mais acessível com o passar dos tempos, e possa se tornar uma ferramenta importante para os artistas digitais. Hoje em dia, apesar das obras também integrarem boa parte das comercializações, existem outros tópicos que acabam roubando a cena como, por exemplo, tweets.
Várias personalidades internacionais estão utilizando a sua popularidade para fazer a venda de NFT’s de tweets. Alguns, inclusive, possuem um valor bilionário - e pode ser que isso só aumente com o passar do tempo.