Não seria exagero em dizer que, em termos de comunicação e tecnologia, existe o mundo antes e depois do Facebook. A empresa criada por Mark Zuckerberg virou um verdadeiro conglomerado de redes sociais e negócios de sucesso, mas agora está de cara nova. E é por isso, que você precisa entender o que é o Metaverso em 2022.
Por mais que tenha surgido apenas como uma rede social, o Facebook, com o passar dos anos, foi se tornando muito mais do que isso. A gigante de tecnologia já é detentora de uma série de outras plataformas do ramo da comunicação como, por exemplo, o Instagram e o WhatsApp, além da Oculus VR e Giphy.
No entanto, se antes todas essas plataformas e tecnologias faziam parte do Facebook, agora elas pertencem ao Meta. O anúncio foi feito recentemente pelo próprio Mark Zuckerberg, que não apenas determinou a mudança de nome do conglomerado como, também, promete ditar a chamada “próxima era da internet”.
Neste artigo, você irá entender um pouco mais sobre o que será o Metaverso em 2022, conceito que está rendendo debates ao redor do mundo. Além disso, falaremos um pouco sobre as tecnologias que estarão inseridas nesse projeto que, apesar de ainda não está consolidado, já é visto como um novo estágio das relações pessoais.
Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.
No dia 28 de outubro, Mark Zuckerberg surgiu com o grande anúncio de que a sua empresa, o Facebook, passaria a se chamar, na verdade, Meta. Não, isso não significa que a famosa rede social do empresário mudou de nome, mas sim que o conglomerado que envolve não apenas ela como, também, Instagram e WhatsApp, agora tem uma nova cara.
Acontece que as mudanças não param por aí e vão muito além de uma repentina troca de nome para o conglomerado. O projeto de Zuckerberg na verdade tem como objetivo a criação do chamado Metaverso em 2022, um universo virtual onde as pessoas poderão interagir e existir através de avatares completamente virtuais.
Falando assim, parece que estamos nos referindo a um verdadeiro evento do futuro - o que de fato é, mas que está muito mais próximo do que imaginávamos. A ideia é que o Metaverso seja criado a partir de uma série de tecnologias como, por exemplo, a realidade virtual e realidade aumentada.
O objetivo, em teoria, é fazer com que a internet não seja somente um espaço em que possamos viver através de uma tela, mas sim que estejamos, de certa forma, inseridos nela. Com o auxílio dessas tecnologias, você poderá interagir através das redes sociais com experiências que simulam uma interação presencial e até mesmo fazer compras.
Confira um pouco mais das ideias e conceitos que permeiam o Metaverso:
O fato é que, nos dias de hoje, nós acessamos a internet através de diferentes dispositivos, mas de uma forma bastante semelhante. Quando vamos fazer uma chamada de vídeo para o trabalho, entramos no smartphone ou computador e nos vemos através de uma tela, por meio da webcam.
Se vamos assistir a um filme em streaming ou até mesmo um show disponível no Youtube, nós acessamos as plataformas e, por meio de uma tela, assistimos. No entanto, a ideia que se pretende criar para o Metaverso em 2022 é justamente romper essa barreira que, de certa forma, nos distancia daquilo que estamos fazendo ou consumindo na internet.
A ideia é que o Metaverso funcione quase como uma internet em 3D, em que tudo o que fazemos nela seja uma experiência completamente imersiva. Sendo assim, não apenas a sua comunicação com as pessoas como também os momentos de diversão e trabalho poderão ser feitos de forma completamente virtual.
Por mais que as tecnologias que podem tornar essa ideia capaz ainda não estejam completamente consolidadas, ao que tudo indica, estão caminhando para isso. A diferença é que, agora, a criação de um Metaverso é praticamente o principal foco das ações de Mark Zuckerberg - assim como de outros gigantes da tecnologia.
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A ideia para o Metaverso em 2022, ou para a próxima década, é fazer com que as pessoas possam reproduzir todas as suas ações da vida real em um ambiente totalmente virtual. Sendo assim, não seria exagero afirmar que a proposta desse projeto é fazer com que você possa literalmente viver dentro da internet.
Ao fazer o anúncio da mudança de nome do conglomerado e introduzir o conceito de Metaverso, o fundador do Facebook explicou o que, em teoria, seria possível fazer dentro desse ambiente virtual. A explicação deixa ainda mais clara a ideia de que, no futuro, estaremos cada vez mais integrados à internet.
Segundo Zuckerberg, será possível fazer praticamente “tudo que se pode imaginar” dentro do Metaverso. A proposta é que você possa se reunir com amigos e família, assim como trabalhar, brincar, fazer compras e até mesmo criar dentro de um único espaço virtual, integrado a diversas outras plataformas.
O multimilionário diz ainda que o Metaverso será um espaço em que estarão inseridas experiências completamente novas, as quais não se encaixam na forma como pensamos sobre os computadores e telefones nos dias de hoje. Tudo isso, em acordo com plataformas que já conhecemos, mas que provavelmente irão mudar.
Para se ter uma ideia do que talvez seja possível experimentar dentro do Metaverso em 2022, basta imaginar uma ida ao cinema em um ambiente completamente virtual. Sendo assim, com o seu avatar, você irá a uma sessão de cinema, sentado em uma poltrona e de frente para uma grande telona.
Acontece que a experiência não para por aí. Depois que você passa pela sessão, pode muito bem passar em uma loja de videogames e comprar um jogo para o computador, deixando-o salvo na nuvem. Afinal de contas, existem diversas plataformas para fazer compras do gênero como Steam, Nuuvem, Origin e Epic Store.
Acontece que você está em um ambiente completamente virtual, então o pagamento por todas essas coisas não será em dinheiro físico. Ao que tudo indica, as criptomoedas serão o principal meio de pagamento por itens e experiências que podem ser adquiridos dentro do próprio Metaverso.
Pode-se dizer que a base do projeto do Metaverso em 2022 é nada mais nada menos do que a Realidade Virtual. No entanto, engana-se quem pensa que essas duas coisas são a mesma, visto que o ambiente completamente virtual que irá integrar diferentes experiências não é a mesma coisa que o RV, mas irá depender dele.
A Realidade Virtual é a utilização de um sistema computacional que torna possível a criação de ambientes virtuais capazes de conduzir alguns dos nossos sentidos como visão, tato e audição. Sendo assim, a RV consegue proporcionar uma imersão completa em uma simulação do mundo real, que é exatamente o que pretende-se construir com o Metaverso.
Sendo assim, o Metaverso deverá ser construído com base nas melhores construções de tecnologias de Realidade Virtual. O próprio Conglomerado Meta já é detentor de um dos players mais famosos do mercado nesse segmento, que é o Oculus VR, muito utilizado para games, por exemplo.
No entanto, vale ressaltar que a construção do Metaverso não depende somente do desenvolvimento de uma tecnologia de Realidade Virtual primordial. Na verdade, outras tecnologias também precisarão estar adaptadas e de acordo com essa proposta, como as já citadas criptomoedas.
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Se depois de ter lido tudo isso você ficou com a impressão de que já ouviu falar de algo semelhante ao Metaverso em algum momento da vida, é porque provavelmente isso é verdade. Afinal de contas, a criação de um ambiente completamente virtual capaz de simular ações da vida real está presente em obras de ficção científica há anos.
O próprio tema metaverso surgiu em uma obra de ficção científica chamada Snow Crash, escrita pelo norte-americano Neal Stephenson em 1992. No livro, o metaverso era como um gatilho de escape para pessoas que desejavam fugir da realidade vivida em uma sociedade completamente distópica.
No entanto, ao longo dos anos vimos outras muitas obras de entretenimento do gênero sci-fi aproveitando esse conceito de vida no ambiente virtual. Um dos exemplos mais recentes é O Jogador Número 1, livro que foi adaptado para as telonas por Steven Spielberg que conta uma história em que pessoas levam outra vida em um espaço totalmente virtual.
Outras obras do gênero que repetem essa fórmula são o anime Sword Art Online e, de certa forma, a própria Saga Matrix. A diferença é que, se a alguns anos atrás só víamos esse conceito em livros e cinema, agora temos a promessa da importação de tudo isso para a nossa própria realidade.
Desde que começou a ser debatido, principalmente após o anúncio de Zuckerberg, o Metaverso passou a ser visto por muitos como um “novo substituto da internet”. No entanto, o fato é que o projeto ainda está em uma fase inicial e que, em teoria, não tem a pretensão de substituir a web como um todo - mas sim de transformá-la.
Ao que tudo indica, a ideia é que o Metaverso em 2022, ou ao longo dos próximos anos, seja na verdade um complemento para a internet. Muito provavelmente ele não será acessado somente em dispositivos de Realidade Virtual, como o próprio Oculus VR, mas também em aparelhos comuns como Smartphones e computadores.
Até o momento, a Realidade Virtual vem sendo muito mais utilizada para obras de entretenimento. Não é atoa que temos centenas de jogos que fazem bom uso da tecnologia para se tornarem muito mais imersivos, sejam simuladores, como de montanha russa ou avião, ou games com histórias próprias.
No entanto, Zuckerberg afirma que o Metaverso não ficará restrito somente ao entretenimento. A ideia, de acordo com o fundador do Facebook, é que a tecnologia vá muito além dos jogos e seja utilizada também para a criação de um ambiente persistente e síncrono em que todos possam estar juntos.
Ainda que o conglomerado Meta esteja despontando como a principal cabeça para o desenvolvimento do Metaverso em 2022, muitas outras empresas também estão no páreo. Não é somente Mark Zuckerberg que está interessado em investir em um ambiente completamente virtual capaz de simular a vida real.
Uma das grandes empresas de tecnologia do mercado, a Microsoft, também vem investindo em tecnologias que poderão fazer parte do Metaverso. Um exemplo é a chegada de avatares em 3D para o Teams, ferramenta utilizada para reuniões virtuais que se tornou ainda mais popular durante a pandemia da Covid-19.
No entanto, as reuniões projetadas pela Microsoft com os avatares 3D se diferenciam das tradicionais que já conhecemos. O projeto está englobado no recurso Mesh, que oferece espaços de trabalho em realidade virtual e realidade aumentada para a plataforma da Microsoft e que, futuramente, deverá englobar ainda mais possibilidades.
Outras renomadas empresas de tecnologia também estão investindo no desenvolvimento de tecnologias para essa “nova fase da internet”, a qual colide com o Metaverso. A Epic Games, desenvolvedora norte-americana de jogos eletrônicos e softwares, e a própria Amazon também estão nesse caminho.
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Por mais que o conceito de Metaverso e as ideias pretendidas por Zuckerberg e outros gigantes da tecnologia sejam, de fato, inovadoras, ele não é necessariamente uma novidade. Isso porque se olharmos para os primeiros anos da internet no mundo nos deparamos com alguns projetos que seguem quase que no mesmo sentido.
Afinal de contas, quem não se lembra do famoso Buddy Poke, um aplicativo que se integrava ao Orkut e permitia a criação de um avatar em 3D personalizado. Com ele, você poderia interagir diretamente com outros avatares de outros usuários da rede social que, na época, era uma das mais utilizadas do mundo.
Outro game que chegou um pouco mais perto da proposta do Metaverso foi justamente o Second Life, uma febre do início dos anos 2000. A ideia do jogo era criar um ambiente completamente virtual e tridimensional capaz de simular a vida real e social dos seres humanos através de interações entre os avatares.
A diferença é que tudo isso se dava através de comandos via teclado, atrás de uma tela de computador, como já estamos acostumados - enquanto o Metaverso busca introduzir Realidade Virtual de fato para esse ambiente. Ainda assim, o Second Life foi palco para diversas empresas que investiram em lojas virtuais dentro do game.
Para quem acreditava que o WhatsApp poderia ficar de fora da inserção de redes sociais ao Metaverso, saiba que está muito enganado. O fundador do Facebook tem como um dos planos para o futuro a criação de um “WhatsApp em 3D”, em que as pessoas poderiam se comunicar como se fossem avatares em um ambiente virtual.
A possibilidade foi confirmada pelo vice-presidente do laboratório do Facebook responsável pelo desenvolvimento de realidade virtual, Andrew Bosworth. Segundo ele, o grupo está animado em trazer o aplicativo de comunicação para dentro do Metaverso, visto a popularidade da plataforma ao redor do mundo todo.
“Obviamente dá para pensar em formas de utilizá-lo [dentro do Metaverso]. Ele faz parte do tecido social da vida cotidiana de muita gente. Seria ingênuo da minha parte pensar que um usuário colocaria óculos VR na cabeça e, ao receber uma mensagem via WhatsApp, teria que tirar essa tela gigante para chegar a informação numa tela diferente, do smartphone”, comentou em entrevista ao Tech Tudo.
A equipe do conglomerado Meta já havia anunciado a versão do Messenger em realidade virtual. Andrew afirma que trazer o WhatsApp para esse ambiente virtual do Metaverso é um pouco mais complicado, justamente porque o aplicativo está vinculado a números de telefone. No entanto, afirma que o grupo está animado em fazer isso acontecer.
Depois de tantos conceitos e ideias que beiram uma obra de ficção científica, o que muitos estão se perguntando é: Teremos Metaverso em 2022? O fato é que, ainda que haja entusiasmo por parte de usuários e desenvolvedores, ninguém sabe quando esse projeto poderá realmente se concretizar.
Isso porque, apesar de ser um projeto encabeçado pelo conglomerado Meta e que conta com o interesse de outros gigantes do mercado, ele depende do avanço de uma série de tecnologias. Muitas coisas ainda precisam evoluir em termos tecnológicos para que seja possível criar um ambiente completamente virtual como o pretendido por Zuckerberg.
A própria internet, que nos dias de hoje ainda é lenta e de baixa latência em alguns pontos do mundo, teria que ser mais rápida e acessível para suportar todas essas ações. Além disso, outras empresas teriam que se dispor a construir plataformas que sejam compatíveis a esse ambiente em realidade virtual.
No entanto, segue a certeza, pelo menos temporária, de que o foco da Meta no momento é o desenvolvimento de ações que visam a construção desse mundo completamente virtual. Quando o projeto estará aos moldes do que foi planejado, com pessoas podendo ir ao cinema virtualmente e fazendo compras com avatares, isso ainda não é possível afirmar.